A série Metal Gear (Parte 02)

Continuando meu review máximo de toda a série Metal Gear, em comemoração aos seus 25 anos. Hoje falarei de Metal Gear Solid: Portable Ops e Metal Gear Solid: Peace Walker, ambos para PSP.

Para rever a primeira parte, entre aqui.

Para conferir a terceira parte, entre aqui.

Metal Gear Solid: Portable Ops

Este jogo foi lançado apenas para o PSP em 2006, e serve como continuação direta para Metal Gear Solid 3: Snake Eater.

Tudo se passa na América do Sul, no ano de 1970, seis anos após os eventos de Snake Eater, focando nos atos de Naked Snake após a sua ex unidade, a FOX, tornar-se renegada e começar a ser vista pela CIA como uma ameaça à paz mundial. Snake se torna um alvo da FOX, e é capturado por vários soldados.

Em minha opinião, este jogo poderia ter sido mais bem aproveitado. O PSP não é um dos melhores, mas consegue fazer milagres quando quer (vide Metal Gear Solid: Peace Walker, também para PSP), e Portable Ops não teve os melhores gráficos, e muito menos uma boa jogabilidade. Em poucas horas de jogo, você se cansa facilmente de joga-lo devido as missões (que convenhamos, são bem chatinhas) não trazerem nada de inovador a série.

O jogo se inicia, e Snake está sendo interrogado por um dos membros da FOX, o Tenente Cunningham, que queria localizar a outra metade do Philosopher's Legacy. 
Snake é aprisionado em uma cela perto da de Roy Campbell (sim, do Metal Gear Solid), o único sobrevivente de uma equipe de Boinas Verdes que foi enviado para investigar o local.
Os dois conversam e escapam juntos. Snake traça seu caminho à base de comunicações, onde tenta contatar seu velho comandante, Zero. Ao invés disso, ele é saudado por seus antigos companheiros na FOX, Para-Medic e Sigint, que revelam que ele está sendo acusado de traição e que a única maneira de se inocentar é apreender o líder da rebelião, Gene.
 Para complicar mais, Gene também convenceu alguns soldados do Exército Vermelho a se juntarem a ele. Para conseguir ter sucesso, Snake deve persuadir quantos soldados inimigos puder a juntar-se a ele devido à escala dos problemas. Essa é provavelmente uma das coisas mais irritantes a se fazer nesse jogo. Maior parte dos objetivos requer que você vá atrás de soldados, capture-os e tente persuadi-los a se juntar a você (neste ultimo, o Snake mesmo é quem dá um jeito e não o jogador).

Snake e o seu novo esquadrão conseguem derrotar os maiores membros da FOX e eventualmente conseguem chegar até Gene. Snake toma conhecimento de vários fatos em seu caminho. Cunningham estava trabalhando para o Pentágono e queria que Snake pressionasse Gene para lançar um míssil nuclear na Rússia, para prolongar a Guerra Fria. Contudo, Gene estava ciente deste plano desde o começo graças as informações dadas por Ocelot. O que Gene realmente queria era lançar um míssel nuclear nos EUA para destruir os Philosophers e criar sua própria nação de soldados, a "Army's Heaven" (Exército Sagrado). Snake destrói um protótipo do ICBMG (o Metal Gear do jogo) de codinome RAXA e derrota Gene, destruindo o modelo final do ICBMG logo após.
Após ser derrotado, Gene entrega a Snake os fundos financeiros, equipamentos e todas as informações sobre o Army's Heaven. Em sua viagem de volta pra casa, Snake é condecorado por suas ações. Em algum outro lugar, Ocelot consegue por as mãos nos documentos contendo as identidades dos Philosophers.

No epílogo pós-créditos, Ocelot fala com um homem desconhecido ao telefone (Zero), concordando em usar o Philosopher's Legacy para seguir seus próprios planos. Ele concorda em juntar-se à organização de seu novo empregador, os Patriots (Patriotas), sob a condição de que Snake também esteja dentro.

Sim, o Big Boss... Assim nós podemos nos tornar os Patriotas!”

E em uma conversa entre Campbell e Snake:

Campbell: Você prestou um grande serviço para o seu país. Mereceu a medalha. E ninguém sabe disso melhor do que eu e você.

Snake: É...

Campbell: Então, o que você vai fazer agora, Snake?

Snake: Eu não sei. Mas eu cheguei a uma conclusão...

Campbell: Conclusão do que?

Snake: Eu não estou vivo a não ser que eu esteja em batalha. Então tenho que achar a minha própria razão para lutar. E tenho que passar a diante o que foi entregue a mim...

Campbell: Snake cuide-se. Nós vamos nos encontrar algum dia desses.

Como podemos ver, Ocelot e Zero estão por trás dos panos nessa história toda.

E assim encerra Metal Gear Solid: Portable Ops.

Metal Gear Solid: Peace Walker

Peace Walker começa dando a impressão de que Portable Ops nem ao menos existe, pois nenhum fato ocorrido nele é lembrado novamente em Peace Walker, apenas uma frase de um dos personagens que diz: “Finalmente podemos deixar toda aquela bobagem em San Hieronymo para trás”. Quem sabe nem o Kojima tenha gostado de seu próprio jogo.

Mas enfim, Metal Gear Solid: Peace Walker é provavelmente o melhor jogo de PSP já lançado. Ele quebra barreiras e mostra que o PSP tem uma capacidade gráfica incrível. O jogo é enorme, mas atrativo do inicio ao fim. Em minha primeira jogatina, levei em torno de 50 horas pra completa-lo, e ainda fiquei querendo mais. Foi lançado em 2010, e posteriormente em HD na coletânea “Metal Gear Solid HD Collection”, para PS3 e XBOX 360.

Não querendo fisgar a Konami e a Sony, porém os gráficos dos jogos desta coletânea estão levemente melhores no XBOX 360. Confirmo isto, pois tenho os dois jogos para ambos os consoles, e olhe que sou fã de carteirinha da Sony.

Bom, Peace Walker se passa quatro anos após os ocorridos em Portable Ops. O jogo não recebeu o título de Metal Gear Solid 5 (e nem o Portable Ops), mesmo sendo continuação direta de Metal Gear Solid 3: Snake Eater.

Snake (Big Boss) agora não faz mais parte das forças secretas americanas. Ele conheceu Kazuhira Miller, um soldado loiro, mas de aparência asiática, que é especialista em sobrevivência.
Os dois juntos formam um grupo chamado Militaires Sans Frontieres (Militares Sem Fronteiras), que tem como objetivo ajudar a quem precisa de ajuda, acreditando em seus ideais.
Em Costa Rica, enquanto Snake treina seus soldados, Miller chega em um jipe e se encontram com uma estudante chamada Paz Ortega, e pelo professor Ramón Gálvez Mena. O Ano é 1974, e uma força militar desconhecida ameaça o mundo com armas nucleares e invade Costa Rica. Ramón tenta convencer Snake a acabar com o conflito e a ameaça iminente. Snake reluta, porém muda de ideia ao ouvir uma fita K7 com uma gravação de The Boss. Professor Gálvez diz conhecer sobre o passado de Snake, e ainda fala que a gravação é recente, trazendo a tona todo o passado de Snake e seus sentimentos por The Boss. Agora Snake tem duas missões, descobrir se The Boss ainda está viva e por que se aliou a USSR, e deter a ameaça nuclear que está para acontecer. De todo este conflito nasce à criação do estado independente Outer Heaven, criado e liderado por Big Boss e seus mercenários.

Em Peace Walker as partidas online estão de volta, e pela primeira vez em toda a série, temos a inserção do modo Co-op, no qual é possível realizar boa parte das missões com mais amigos, jogando online.

O jogo também possui missões secundarias como: busca de armas, tanques, roupas e outros suplementos que o grupo de Snake necessita para manter sua base. Inclusive, algumas missões de captura de tanques ou helicópteros são tão difíceis, que se faz mais útil o sistema Co-op para realizar tais missões.
Outra coisa interessante no jogo é o crescimento da base e o recrutamento dos soldados. Conforme as missões vão se concluindo, maior vai ficando sua base. O sistema de recrutamento de soldados são uma das coisas mais viciantes no jogo, em minha opinião.
Pra manter sua base sempre 100%, você precisa de soldados com as mais diversas experiências: armamento, tiro, cozinha, suplementos, itens, etc.
Cada soldado recrutado no jogo é enviado para a base e deve ser colocado na categoria em que tem mais experiência.
Estes sistemas são uma novidade na série, trazendo novas possibilidades para a série (e deixando o jogo meio com estilo de RPG também, em alguns momentos). Eu sou completamente a favor, pois deixou o jogo ainda maior e com uma variedade de coisas pra fazer.

O sistema de recrutamento já tinha sido implantado em Portable Ops, mas ficou muito mal feito e dava muito trabalho, pois você chegava aos locais das missões com um caminhão, e precisava derrubar soldados e leva-los arrastando-os até o caminhão, o que demorava demais. Já em Peace Walker, apesar de ser utilizado um método bem improvável, o recrutamento funciona da seguinte maneira: você derruba um soldado (na pancada/CQC, ou com arma tranquilizante), e coloca um balão chamado de Fulton Skyhook nas costas dele e abre o balão. O soldado vai aos céus e é capturado por um avião ou helicóptero de sua base. Bem sem noção e completamente arriscado, mas já foi utilizado na nossa realidade.
Neste jogo você só pode escolher a camuflagem no inicio de cada missão. É preciso também escolher um certo número de armas para carregar, e dependendo também da arma que você utiliza, o personagem pode andar mais devagar.

A história de Peace Walker apesar de não ser ruim, deixa a desejar em vários pontos, sendo fraca ao conseguir prender os jogadores. Foi feita também a introdução de alguns personagens que tendem demais em parecer com outros que anteriormente e posteriormente aparecem na série, deixando no ar aquele tom de falta de criatividade.
Não entrarei mais em detalhes sobre a história e desfecho desse jogo, porque foi o último lançado, além de eu não ter tanta afinidade com a história. No entanto tenho que dizer que no final Snake finalmente supera o fato de ter matado sua ex-mentora, e então decide ser chamado por Big Boss, com ideias de criar sua mais nova organização: Outer Heaven.
Outro fato interessante que devo comentar é sobre uma fita secreta que é liberada quando completamos todas as missões extras do jogo, do qual nem Big Boss sabe de sua existência. Nela contém uma conversa onde podemos ouvir Kazuhira Miller conversando com alguém (mas só se ouve as falas de Miller), e essa pessoa é Zero (Major Tom de Metal Gear Solid 3: Snake Eater). E nesta conversa, podemos ouvir algumas coisas duvidosas sobre o paradeiro de Miller, exemplo:

“ ...Não. Big Boss não sabe a verdade. ”
“ Alguma novidade sobre os ‘filhos’? ”
“ Dois já... realmente... ”
“ Eu fico pensando em como Big Boss vai responder. ”
“ Como eu disse antes, não sou nem aliado, nem inimigo. ”

Diabos! Seria Miller um traidor? Creio que só saberemos realmente no próximo jogo, ou seja, Ground Zeroes. Fico agoniado só de pensar na data de lançamento que ainda nem saiu.
Fiquem ligados no próximo post, pois será a vez de falar um pouco do recém anunciado Metal Gear Solid: Ground Zeroes e do nosso famoso e primeiro Metal Gear para o MSX.

Para rever a primeira parte, entre aqui.
Para conferir a terceira parte, entre aqui.

Por Eduardo de Souza

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