A série Metal Gear (Parte 01)
Aqui
vai meu primeiro (e provavelmente único) review de toda a série Metal Gear, em
comemoração aos seus 25 anos. Os jogos que me fizeram entrar de cabeça no
universo dos games. Então vamos lá...
Para
ser mais exato, foi em 1998 que conheci o Metal Gear Solid para PSOne,
inclusive no mesmo ano no qual ele foi lançado. Ganhei um PSOne, e junto com
ele veio um CD com várias demonstrações de jogos, como era de costume. Uma
dessas demonstrações era do Metal Gear Solid, em japonês. Pirei, achei incrível
no primeiro instante. Ainda não tinha tido contato com um jogo tão cinemático
como aquele, com dublagens e nível gráfico tão impressionante, que convenhamos,
era muito bom para a época. Aprendi inglês jogando Metal Gear (e quem disse que
jogar videogame não nos ensina nada?).
Logo
no ano seguinte, consegui comprar o jogo completo, e me tornei fã de imediato.
Conheci dois amigos na escola que também curtiam o jogo. Um deles é meu amigo
até hoje, e assim como eu, um fanático que considera simplesmente a série como
a melhor existente, acima de qualquer outra obra de entretenimento mundialmente
conhecida, que sem dúvida alguma, ela é! Não posso deixar de comentar que
idolatro o criador da série, Hideo Kojima, por ser o gênio que é. Arrisco-me
até em dizer que ele é o melhor criador de jogos do Japão. O rapaz é tão bom,
que hoje é vice presidente da Konami e diretor de sua própria empresa de
criação de jogos, a Kojima Productions. Quem tiver interesse em saber mais
sobre ele e algumas das influencias que o fizeram criar a série, visite os
links abaixo:
Hideo Kojima e suas obras (Parte 01)
Hideo Kojima e suas obras (Parte 02)
Hideo Kojima e suas obras (Parte 03)
Hideo Kojima e suas obras (Parte 02)
Hideo Kojima e suas obras (Parte 03)
Os
anos passaram e fui feliz jogando Metal Gear. Não quero me delongar muito, nem
contar toda a minha história como fã, pois a intenção aqui é fazer um review/crítica/análise
sobre a série toda, da qual sempre relutei em fazer, pois sabia que tomaria
muito tempo. Mas escrever algo sobre essa maravilhosa série, não é uma perca de
tempo, e graças a meu site, poderei compartilhar um pouco do que sei com todos.
Explicarei
cada jogo fazendo uma breve crítica, e já alerto que haverá muitos SPOILERS, e
até mesmo contarei todo o desfecho dos jogos, portanto se você ainda não jogou,
leia por sua conta, caso tenha interesse em conhecer a série. O importante é
falar sobre Metal Gear, mesmo que eu fale um pouco de um, e mais de outro. Ah,
e que fique claro que nem tudo escrito aqui é de minha autoria, usei alguns
textos que encontrei na internet pra complementar minha explicação, como por
exemplo, os arquivos de PDF’s criados e escritos por Mauricio Chioro (que podem ser encontrados na comunidade Metal Gear Solid Brasil no orkut), que parabenizo
pelo ótimo trabalho que fez traduzindo toda a história dessa saga maravilhosa.
Também traduzi falas dos próprios jogos para o melhor entendimento dos
acontecimentos, além de acrescentar minhas perspectivas e críticas sobre os
mesmos.
Farei
na ordem cronológica da história, ou seja:
Metal Gear Solid 3: Snake Eater (PlayStation 2 - 2004)
Metal Gear Solid Portable Ops (PSP - 2006)
Metal Gear Solid Peace Walker (PSP - 2010)
Metal Gear Solid: Ground Zeroes (PlayStation 3,
Windows, Xbox 360 - a anunciar)
Metal
Gear (MSX2, NES, C64, PC, Celular - 1987)
Metal Gear 2: Solid Snake (MSX2, Celular - 1990)
Metal Gear Solid (PlayStation, PC - 1998)
Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty (PlayStation 2 -
2001)
Metal Gear Solid 4: Guns of the Patriots (PlayStation
3 - 2008)
Existem
também as seqüências não oficiais/spinoffs
dos quais não comentarei, mas que seriam estes:
Snake's Revenge (NES - 1990)
Metal Gear: Ghost Babel (Game Boy Color - 2000)
Metal Gear Solid: The Twin Snakes (GameCube - 2004)
Metal
Gear Acid (PSP - 2004)
Metal
Gear Acid 2 (PSP - 2005)
Metal Gear Solid Social Ops (Smartphones e Tablets -
2012)
Metal Gear Rising: Revengeance (PlayStation 3,
Windows, Xbox 360 - 2013)
Bom,
começando…
Metal
Gear Solid 3: Snake Eater
Esta
é a história de Naked Snake (antes de se tornar o Big Boss), figura que ainda
não tinha sido devidamente explorada, devido as limitações da época com Metal
Gear e Metal Gear 2: Solid Snake, para MSX. Nestes dois jogos, temos Big Boss
como “vilão”, e para entendermos melhor, começarei explicando sobre o inicio de
tudo, com Metal Gear Solid 3: Snake Eater.
Naked Snake é um ex-agente da CIA e atual membro da FOX. Durante a
missão, Major Zero, um ex-membro do Serviço Aéreo Especial, ajuda Snake dando
conselhos via rádio sobre a missão, além de táticas de batalha.
Para-Medic e
Sigint dão conselhos especializados sobre fauna e flora, e equipamentos e
armas, respectivamente.
Sua ex-mentora, The Boss, o auxilia sobre as técnicas
de CQC (Close Quarters Combat / Combate a Curta Distância), das quais ela e Naked
Snake desenvolveram juntos no passado. The
Boss é uma heroína lendária que levou as forças Aliadas a vitória na Segunda
Guerra Mundial liderando a Unidade Cobra – um time com os melhores soldados do
planeta. Passou toda a década de 50 junto com Snake e ensinou-o tudo o que
pôde.
Sua missão é
resgatar um cientista soviético chamado Sokolov, que está secretamente
desenvolvendo um tanque equipado nuclearmente, chamado Shagohod.
Tudo estava
dando certo, mas como nem tudo são flores na vida de Snake, enquanto ele
voltava com o cientista atravessando uma ponte estreita, dão de cara com The
Boss. Ela
parabeniza Snake pelo “bom trabalho” e Snake logo pergunta o que está acontecendo.
Ela
diz que está desertando para a União Soviética e que Sokolov é um dos presentes
dela para seus novos aliados, entregando também dois mísseis nucleares a seu novo benfeitor,
Coronel Volgin.
Sokolov é capturado de volta pela Unidade Cobra (da qual The Boss é a
líder), enquanto ela utiliza de seu CQC em Naked Snake, desarmando-o e ferindo-o
gravemente (pois ela domina da técnica muito melhor do que ele, inicialmente). Ele
agarra a bandana amarrada na testa de The Boss, mas ela soca e o joga no rio
correnteza abaixo, este levando apenas a bandana dela. Volgin usa um dos
mísseis nucleares para encobrir o seu roubo, destruindo o laboratório de
Sokolov, ato cuja culpa recai sobre The Boss.
Snake, após conseguir fazer os primeiros socorros em si mesmo,
ainda presencia a explosão antes de ser resgatado por sua equipe.
Voltando um pouco agora para questões técnicas, com Metal Gear
Solid 3: Snake Eater eu posso dizer com certeza que a série evoluiu muito na
jogabilidade, e apesar do crescimento de funções que podem ser feitas no jogo,
ainda assim é muito fácil entender os controles. A trilha sonora do jogo é
espetacular, como sempre, e os gráficos estão num patamar muito alto até mesmo
para o Playstation 2. O jogo inteiro se mostra muito melhor em todos os
aspectos, diante de seus antecessores. E a história como sempre não fica para
trás.
Bom, quanto aos acontecimentos anteriores...
Alguém sempre precisa levar a culpa, e esse alguém foi a The
Boss. O presidente da União Soviética exige explicações ao presidente
americano, que contesta todas as afirmações de que os EUA estariam envolvidos
com o incidente, apenas jogando tudo para cima de The Boss, dizendo que ela
desertou do país, e com a ajuda de Volgin, explodiu todo o lugar com uma das
bombas que roubou dos EUA. Se recusando a acreditar, o presidente Soviético
pede provas, dizendo que seria improvável que tudo aquilo ser responsabilidade
de uma única pessoa, e dá apenas uma semana para que os EUA capturem e eliminem
The Boss, assim também como Volgin. Caso contrário, ele seria incapaz de
segurar a sede de vingança do exército russo, que certamente atacaria os EUA
com todo seu poder bélico.
Naked Snake é enviado em um mini foguete para mais uma missão,
que agora consiste em encontrar e destruir o Shagohod e Volgin, além de
eliminar The Boss e resgatar Sokolov novamente, provando assim a inocência dos
EUA.
Logo após a queda, ele encontra um cavalo, que atrai sua
atenção, mas logo a perde ao perceber que atrás dele, The Boss se aproxima. Ela
questiona sua presença ali, e ele mal tem tempo de mirar em The Boss antes que
ela aproxime-se rapidamente e destrua sua arma novamente, além de espancá-lo de
novo, mas não tão gravemente quanto da última vez, na ponte.
The Boss continua perguntando a Snake porque ele está ali, agora
sem armas e a dezenas de quilômetros da fronteira. Ela questiona a lealdade de
Snake, perguntando se ele é capaz de completar suas missões. Se ele será leal a
ela, sua mentora, ou leal à sua missão. Leal aos seus amigos ou à sua vontade
própria. Snake, ainda indignado, pergunta novamente a The Boss o porquê de ela ter
desertado. Ela explica que não desertou. Ela é leal até o fim, leal aos seus
ideais. Ela também diz que ele é muito novo para entender, mas que com o passar
do tempo, será obrigado a escolher.
É interessante comentar, que essa operação, chamada de Snake
Eater, tem esse nome, pois Snake deve eliminar também a Unidade Cobra, que é
liderada por The Boss. Snake Eater significa “Comedor de Cobras”, que para os
bons entendedores, já é explicação suficiente.
Quanto
ao que The Boss quis dizer, acredito que ela se refira a Snake ser obrigado a
escolher futuramente entre a missão e seus ideais pessoais. Ele escolheu ser
leal as suas ordens e missões. Visto que futuramente ele construiria o Metal
Gear, sendo rotulado como inimigo, além de ser morto pelo próprio filho, Solid
Snake. Tendo como base essa linha de pensamento, vê-se que a linhagem The Boss
/ Naked Snake sempre esteve “amaldiçoada” por tal escolha.
The Boss finaliza dizendo pra Snake ir pra casa, pois ele já
vive um dilema ao ter que matá-la em sua missão, e que talvez ele não consiga,
porque ambos se conhecem muito bem. The Boss vai embora e Snake entra em
contato com Zero pelo rádio. Zero diz que Snake não deve se preocupar e deve
continuar sua missão, visto que The Boss é sua inimiga e, cedo ou tarde, ele
terá que matá-la. Snake fica nervoso por Zero chamar The Boss de inimiga,
afinal, ambos, segundo ele: “viveram e morreram juntos por 10 anos”. Zero
“conforta” Snake dizendo que mesmo assim, ela é uma traidora e deve ser morta.
Snake segue em sua missão encontrando EVA e Ocelot, que após
muitos anos, teriam papéis muito importantes para a série.
Ocelot eu não digo que tem um papel importante como uma boa
pessoa, pois ele acaba por se tornar o maior vilão de toda a saga Metal Gear
Solid, ferrando legal a ideia de muita gente que ele conhece durante os anos.
EVA se mostra no final ser uma agente tripla (coisa para poucos), e muitos anos
depois a história de Metal Gear Solid 3, ela é quem concede os filhos de Big
Boss: Solid Snake, Liquid Snake e Solidus Snake. Todos clones de Big Boss.
Entre vai e vem, é história à beça para contar, então
resumirei...
Snake
trava um duelo com Ocelot, atravessa cavernas escuras, elimina os membros da
Unidade Cobra, acaba sendo capturado, perde seu olho direito por um acidente
(culpa de Ocelot), recebe ajuda de The Boss para escapar da prisão, tem uma
relação “especial” com EVA.
Os
dois escapam de vários soldados e do Shagohod usando a moto de EVA, Snake mata
Volgin e destrói o Shagohod.
Por fim, Snake chega até o local aonde ele deve
eliminar The Boss.
The Boss conta boa parte de sua vida, depois tira sua capa
mostrando uma grande cicatriz no abdômen.
“Snake. Eu te criei. Eu te amei. Eu lhe dei as armas,
ensinei-lhe as técnicas, preenchi você com conhecimento. Não há mais nada que
eu possa lhe dar. Tudo o que resta a você é tirar minha vida, com suas próprias
mãos. Um deve morrer e outro deve sobreviver. Sem vitória, sem derrota. O
sobrevivente deve continuar com a luta. É o nosso destino. O que sobreviver vai
carregar o título de Boss. E quem quer que fique com este título vai carregar
consigo uma existência de batalhas sem fim. Eu lhe dou 10 minutos. Em 10
minutos MIGs virão e bombardearão completamente este lugar. Se você conseguir
me derrotar em menos de 10 minutos, você vai conseguir escapar a tempo. Vamos
fazer destes os maiores 10 minutos de nossas vidas, Jack”. (Jack é o nome
verdadeiro de Naked Snake)
Snake grita o nome de
Boss e reluta em enfrentá-la, mas ela retruca dizendo que esta é a missão dele,
e que ele é um soldado e deve provar sua lealdade. Snake saca sua arma e sua faca
enquanto Boss grita para ele enfrentá-la. Ambos travam uma batalha em meio ao
campo florido, tão branco que parece neve. No final, com muitas dificuldades, consegue superar sua tutora e
a derrota.
Snake
sai e encontra com EVA em um avião para a fuga, mas são interrompidos por
Ocelot que aparece mais uma vez para um último duelo. Eles travam uma batalha
na pancada mesmo, e Ocelot termina dizendo que eles ainda se encontrarão, e
salta do avião.
Ambos
EVA e Snake fogem, e após isso, são mostrados em uma cena em que estão na frente
de uma lareira bebendo. Ambos se beijam e fazem amor.
Horas depois, Snake acorda e percebe que está sozinho. Ele ouve
a voz de EVA em sua mente, como se lembrasse dela dizendo algo a ele. EVA diz
que os livros nos ensinam que o primeiro espião da história foi a cobra, no
livro de Gênesis. E que naquela história, Eva foi tentada pela cobra no Jardim
do Éden. Mas que desta vez foi ela (Eva) que tentou a cobra e saiu do Jardim do
Éden com a fruta do conhecimento, pedindo desculpas em seguida.
Snake acha uma foto que EVA tirou dele anteriormente com
escritas no verso que dizem “Adeus”, e junto uma fita K7, que ele em seguida
coloca no aparelho para tocar. Uma mensagem de EVA se inicia.
Ela conta boa parte de sua trama na história toda, para quem
estava realmente trabalhando, e que era uma agente tripla.
“The Boss era a única que eu não podia enganar. Era a única que
sabia que eu era uma farsa. Ela me disse tudo. Porque ela abriu seu coração pra
mim daquela maneira? Naquela hora, eu não entendi. Mas agora eu entendo, Snake.
Ela queria que você soubesse a verdade e me escolheu para dizer a você. Por
isso ela não me matou. Eu menti tantas vezes... Mas não desta vez. Minhas
ordens do governo eram para adquirir o Philosopher’s Legacy (eram fundos e dados
que serviam para criar ogivas, e vários países estavam atrás dele, e na verdade
ela nem sabe que Ocelot trocou os arquivos e ela acabou com uma versão falsa do
Legacy) e eliminar qualquer um que soubesse da verdade. Em outras palavras, eu
deveria matar você. Mas eu não pude, não porque nós nos amamos, não porque você
salvou minha vida. Mas porque eu fiz uma promessa a The Boss, e pretendo
cumpri-la. Eu preciso que você saiba. E para isso você precisa viver”.
Em seguida, Snake aparece se vestindo e se preparando para o
encontro com o presidente, enquanto continuamos ouvindo a mensagem dela.
“Snake, me escute. Ela não traiu os Estados Unidos da América.
Não... longe disso. Ela foi uma heroína que morreu pelo seu país. Ela continuou
com sua missão sabendo exatamente o que deveria acontecer. Auto-sacrifício...
Porque era seu trabalho”.
Portas se abrem e Snake é recebido com aplausos. Major Zero,
Para-Medic e Sigint também estão presentes. Snake fica em frente ao presidente.
Uma mulher traz uma medalha e ele a pega, dizendo que Snake esteve acima até
mesmo da The Boss, e que garante a ele o título de Big Boss, enquanto prende a
medalha em seu peito. Snake, ou agora, Big Boss, o saúda, enquanto o presidente
diz que ele foi um verdadeiro Patriota. Big Boss e o presidente apertam as mãos
e posam para algumas fotos, enquanto Ocelot espia por uma das janelas do local.
O diretor da CIA estende a mão para Big Boss, mas ele o ignora e segue em
frente. Um dos executivos presentes diz que eles poderiam utilizar uma unidade
de infiltração como a FOX no exército e que poderiam usar alguém como Big Boss
para cuidar das missões de espionagem ultra secretas, alguém com as qualidades
de um soldado e de um espião ao mesmo tempo.
“A deserção de The Boss foi uma artimanha preparada pelo governo
americano. Foi tudo um grande teatro armado por Washington para que eles
pudessem colocar suas mãos no Legacy”.
Big Boss é cumprimentado por Major Zero, Para-medic e Sigint,
mas friamente passa por eles e sai do local.
“E The Boss era a estrela do show. Eles planejaram de forma que
pegariam o Philosopher’s Legacy que o Coronel Volgin ‘herdou’ e simultaneamente
destruíssem o Shagohod. E somente uma heroína lendária como The Boss poderia se
infiltrar e ganhar a confiança de Volgin. Descobrir onde estava o Philosopher’s
Legacy era sua principal missão. Tudo ia de acordo com o planejado. Mas então
aconteceu algo que eles não previam. O Coronel Volgin atirou a mini ogiva
nuclear no Centro de Pesquisas de Sokolov. O presidente da União Soviética
obviamente pediu provas de que não havia sido uma artimanha do governo
americano e eles não poderiam simplesmente abortar a missão e desistir do
Legacy. Então a operação em si foi totalmente revista e expandida. As
autoridades em Washington sabiam que, para provar a sua inocência, teriam de se
livrar da Boss... E que teria de ser feito por um deles. O ocorrido também não
poderia vir a público, jamais. Assim, eles pensaram, seria a melhor maneira de
manter todas as pontas amarradas. The Boss não poderia voltar para casa viva e
também não poderia tirar a própria vida. A vida dela seria tirada pelas mãos do
seu mais amado discípulo... Era assim que o governo queria. E assim esta foi a
missão dada a ela. E ela não teve opção a não ser segui-la. A morte dela pelas
suas mãos era uma obrigação que ela tinha que garantir que acontecesse. Pela
sua responsabilidade, ela deu as costas para seus próprios camaradas. Uma
mulher inferior teria sido esmagada por tal fardo”.
Big Boss caminha por um cemitério com uma maleta nas mãos.
“A mancha da desgraça vai segui-la até o seu túmulo. Gerações
futuras a insultarão. Na América, será apenas conhecida como uma traidora
desprezível sem senso algum de honra. E na Rússia como um monstro que causou
uma catástrofe nuclear. Ela vai entrar oficialmente na história como uma
criminosa de guerra. E ninguém jamais vai entendê-la. Essa... Era sua missão. E
como um verdadeiro soldado, ela foi até o fim”.
Big Boss chega até um túmulo.
“Mas ela queria que você, entre todas as pessoas, soubesse da
verdade. Ninguém jamais vai
saber da verdade. A história dela... Vai ser carregada apenas no
seu coração. Tudo o que ela fez, foi pelo seu país. Ela sacrificou sua vida e
sua honra pela sua terra natal. Ela foi uma verdadeira heroína”.
Vê-se a inscrição na lápide que diz: “Em memória de uma Patriota
que salvou o mundo”.
“Ela foi uma verdadeira Patriota”.
Big Boss em lágrimas, a saúda, batendo continência.
Saber de tudo isso e ver esta cena provavelmente foram motivos
de choro para muitos fãs da série, assim como eu. Um dos momentos mais
dramáticos desta saga. Logo se percebe a revolta por qual Big Boss teve que
passar, eliminando sua mentora e amor de sua vida, além de precisar conviver
com isso pelo resto de sua vida. Não é a toa ele ter decidido criar seu próprio
exército de mercenários sem fronteiras, o que no final acabou lhe causando ser
chamado de inimigo. Nos primeiros jogos (Metal Gear, Metal Gear 2: Solid Snake,
Metal Gear Solid e Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty), não sabemos de seus
motivos e obviamente o tratamos como uma pessoa ruim. Metal Gear Solid 3: Snake
Eater veio para explicar melhor seus ideais, e com uma história intrincada e
cheia de emoções que fazem deste jogo, um dos melhores da série, e o favorito
de muita gente.
E assim se encerra a primeira parte dessa história. Na Parte 02 saberemos mais sobre o futuro de Big Boss. Cada parte conterá a história de um jogo da série.
Para conferi-la, entre aqui.
Para conferi-la, entre aqui.
Por Eduardo de Souza
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